Monday, April 14, 2008

Se

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Se és capaz de manter tua calma,

quando,todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.


De crer em ti quando estão todos duvidando,

e para esses no entanto achar uma desculpa.


Se és capaz de esperar sem te desesperares,

ou, enganado, não mentir ao mentiroso,


Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,

e não parecer bom demais, nem pretensioso.


Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,

de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.


Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,

tratar da mesma forma a esses dois impostores.


Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,

em armadilhas as verdades que disseste


E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,

e refazê-las com o bem pouco que te reste.


Se és capaz de arriscar numa única parada,

tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.


E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,

resignado, tornar ao ponto de partida.


De forçar coração, nervos, músculos, tudo,

a dar seja o que for que neles ainda existe.


E a persistir assim quando, exausto, contudo,

resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!


Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,

e, entre Reis, não perder a naturalidade.


E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,

se a todos podes ser de alguma utilidade.


Se és capaz de dar, segundo por segundo,

ao minuto fatal todo valor e brilho.


Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,

e - o que ainda é muito mais -

és um Homem, meu filho!

- Rudyard Kipling -

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